setembro 09, 2012

Síndrome do Desfiladeiro Torácico em Dentistas

A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT)

É uma patologia que afeta o ombro, braço e mão. A área onde os nervos e vasos deixam o pescoço e seguem para os membros superiores é conhecida como desfiladeiro torácico.  A Síndrome do Desfiladeiro Torácico define uma série de sintomas de amortecimento (formigamento), sensação de peso, dor e/ou frigidez que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto nos membros superiores (braço, antebraço, mão) e, eventualmente, no ombro ou região lateral do pescoço. Pode ocorrer também, ainda que raramente, na mandíbula e região retroauricular.

Existem provavelmente várias causas para a SDT, causando compressão dos nervos e artérias do braço na saída torácica. A SDT pode ocorrer devido a uma costela supranumerária na região cervical, acidente automobilístico ou até mesmo por cicatrização de fratura de clavícula, que pode reduzir o espaço onde as artérias e nervos passam. 
Ocorre dor (que pode ser interna, no osso), amortecimento (formigamento), dormência no braço, antebraço, mão e dedos, podendo ocorrer isoladamente ou de forma combinada em um ou mais desses locais. Isso ocorre geralmente quando a pessoa estica e eleva ou braços acima da cabeça por alguns minutos (ex: para trocar uma lâmpada, pintar uma parede, pentear os cabelos, ou ao dormir com o braço para cima, etc). Pode ocorrer em apenas um ou nos dois braços. A dor e o amortecimento podem atingir a região cervical (pescoço), mandíbula e região occipital (lateral da cabeça). Eventualmente pode haver extremidades frias ou edema (inchaço) no ombro. Os sintomas se iniciam geralmente entre 20 e 50 anos de idade ou após uma fratura de costelas ou clavícula. As mãos podem ficar azuladas ou roxas, o que ocorre devido à associação dessa síndrome com o fenômeno de Raynaud. Também pode ocorrer associação com hiperidrose das mãos.

Os nervos, artérias e veias que vão para os braços se originam ao nível da coluna, na região cervical (pescoço). A partir daí, passam pelo estreito torácico superior até atingir os dedos. Essa síndrome caracteriza-se por haver compressão (ao nível do estreito torácico superior) dessas estruturas, geralmente devido à posição errônea da primeira costela ou à presença de uma costela cervical ou pontes fibrosas entre os músculos escalenos. Outra causa pode estar relacionada a complicações após uma fratura de clavícula (com formação de calo ósseo), etc.

Como ela ocorre em Dentistas



A prática da odontologia pode ser associada com algumas doenças musculoesqueléticas, dentre elas a SDT devido ao desgaste físico do Cirurgião Dentista no exercício da profissão. Regiões muito sobrecarregadas por esforço muscular estático são a cervical e os ombros, pois o cirurgião-dentista, geralmente, mantém os ombros  na posição de flexão e abdução, para servir de base de sustentação para os movimentos precisos realizados  pela mão juntamente com a cintura escapular, o que  provavelmente potencializa o risco de desenvolvimento  da SDT.
A posição típica desta profissão caracteriza-se ainda por manter os membros superiores suspensos, rotação do tronco e flexão da cabeça, forçando a musculatura cervical, escapular e toracolombar.  Esta postura, de forma repetitiva, tende a provocar fadiga nas estruturas envolvidas na sua manutenção, podendo gerar lesões agudas ou crônicas nas mesmas. Dentre as lesões do aparelho locomotor e neurais relacionadas às DORT's, a síndrome  do desfiladeiro  torácico  (SDT)  foi  detectada  como sendo uma das patologias de maior frequência em acometimento desta classe profissional.






Para obter uma melhor visualização do campo de trabalho (a boca do paciente), o cirurgião dentista realiza a anteriorização da  cabeça,  somando-se  a  uma  posição  prolongada  dos  membros  superiores  em elevação, com a finalidade de sustentação dos seus utensílios  de trabalho,  provocando  dores  na região  cervical e na região do ombro. Regiões muito sobrecarregadas por esforço muscular estático são a cervical e os ombros, o que provavelmente potencializa o risco de desenvolvimento da SDT.

A postura realizada pelo cirurgião dentista determina um trabalho muscular predominantemente estático caracterizando-se por contração prolongada da musculatura, a qual sofrerá um processo de fadiga, comprimindo as estruturas que passam pela região conhecida por desfiladeiro torácico, podendo evoluir para dores insuportáveis.



A Fisioterapia pode tratar os sintomas da SDT e recuperar a qualidade de vida do cirurgião Dentista.


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