setembro 06, 2012

Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador

O Taylorismo, que também ficou conhecido como Teoria da Gestão Científica ou Organização Científica do Trabalho, tinha como grande objetivo aumentar a produtividade através de um sistema  da aplicação de métodos científicos, colocando a ênfase no uso da ciência e na criação da harmonia de grupo.  Com isso, ocorreu o que se pode chamar de adaptação do homem à máquina.  É um modelo puramente capitalista, o qual pode ser descrito na frase: “Tempo é dinheiro!”. O Taylorismo ajudou no crescimento industrial, mas hoje está desacreditado porquanto favorecia o aparecimento de lesões e doenças ocupacionais.

A qualidade de vida do trabalhador (QVT), e não do trabalho, leva em conta não somente o local de trabalho e o trabalho executado, propriamente dito. Abrange o trabalhador como um todo, que necessita suprir suas necessidades para que possa produzir mais e melhor, e possa aproveitar o seu tempo fora do trabalho para outras atividades que lhe são importantes e prazerosas. Não inclui, portanto, aspectos unicamente relacionados à saúde do trabalhador, mas também a componentes como o trabalho, lazer e família. A QVT é subjetiva, isso é, não existe uma fórmula ou conceito que se aplique universalmente, mas sim a percepção individual de cada trabalhador em relação a satisfação ou não de suas necessidades, como salário capaz de atender seus anseios , lazer, ambiente de trabalho, tempo com a família dentre outros, sendo que não podem ser observadas separadamente, visto que elas são interligadas, respondendo conjuntamente pela QVT.

Hoje as empresas buscam a Qualidade Total para se destacarem. Esse conceito que primeiramente foi associado à adequação das especificações do produto, mais tarde passou a integrar também e principalmente a satisfação do cliente, (o que está intimamente ligado à qualidade do produto). Hoje se compreende que para atingir a qualidade total faz-se necessária não somente a satisfação do cliente, mas de todos que são importantes para a empresa, incluindo além dos clientes os funcionários, a comunidade, os acionistas, os fornecedores...

Podemos perceber que a QVT para as empresas está mais ligada ao aumento da produtividade, ( maior qualidade de vida= mais motivação= maior produção), sendo que o trabalhador não vem sendo, apesar de tudo, visto como ser humano, mas como parte integrante do processo de produção, devendo para tal produzir o máximo possível, ainda que isso signifique redução de sua qualidade de vida.

A partir da década de 80, entretanto, começa a haver um aumento das ditas doenças ocupacionais, que levam ao afastamento do trabalho, por vezes permanente.  Isso começa a trazer prejuízos tanto para as empresas quanto para os órgão públicos, forçando o Governo a pensar em políticas públicas que visam resguardar a saúde do trabalhador, através do SUS (Sistema Único de Saúde), criado através da Constituição Federal de 1988, e regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde (LOS), em seu artigo 6°, e através de Normas Regulamentadoras, as NR´s, normas essas que não vem sendo cumpridas pelas empresas.

Para que haja de fato a QVT, é preciso adequar a máquina ao homem, e não o contrário. O trabalhador precisa ter suas individualidades levadas em consideração, como ritmo de trabalho, mobília, pausas durante o trabalho, jornada de trabalho adequada, etc., para que o trabalhador tenha satisfação e orgulho do seu trabalho, diminuindo assim o estresse mental. As empresas necessitam de instituir programas QVT, visando promover a saúde do trabalhador, com ações de prevenção, bem como restaurar a sua saúde quando necessário.

As empresas devem ter programas de apoio à prevenção de acidentes do trabalho, como: Comissão Interna de prevenção de Acidentes (CIPA); Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO- NR7); Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA- NR9); Programa de Condições e Meio Ambiente de trabalho na indústria da Construção (PCMAT-NR18/3214), podendo por meio desses programas identificar quais são os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos e adotar as devidas medidas preventivas para resguardar a integridade do trabalhador.

Mas é importante salientar que não se pode prever e prevenir todos os acidentes e todas as lesões relacionadas ao trabalho, e mesmo as ações preventivas não serão sempre eficazes, justamente pelo fato de os indivíduos apresentarem características próprias e individuais, com o organismo também respondendo, portanto, de forma individualizada tanto às condições de trabalho a que é submetido quanto às medidas preventivas, isso é, o que provoca uma lesão ou a previne em um indivíduo, não necessariamente produzirá o mesmo efeito em outro.

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