setembro 11, 2012

Alterações Fisiológicas Provocadas pela Imobilização- Efeitos Indesejáveis

A Imobilização é bastante utilizada para tratar doenças dos tecidos moles e ósseo. Consiste em retirar a mobilidade de um determinado segmento corporal a fim de reduzir os estímulos agressores ou mesmo manter o alinhamento de uma estrutura para possibilitar que o tecido obtenha reparação o mais próximo possível do fisiológico.


Efeitos da Imobilização

Tecido Muscular:
Com a diminuição da atividade muscular também ocorre perda de sua massa, sobretudo nas primeiras 72 horas de imobilização, que torna-se mais lenta à medida que a imobilização se prolonga. Ocorre também degradação das fibras musculares de contração lenta, pois haverá redução significativa do consumo máximo de oxigênio e de outras substâncias importantes para que haja contração muscular. Com isso as mitocôndrias tendem a reduzir sua atividade.

A imobilização prolongada, em suma, provoca os seguintes efeitos indesejáveis no músculo: 
  • Diminuição do tamanho das fibras musculares;
  • Diminuição no tamanho e no número de mitocôndrias;
  • Diminuição da massa muscular;
  • Diminuição da síntese protéica;
  • Aumento no tempo de resposta para contração muscular;
  • Aumento na concentração de lactato com a atividade física.
Tecido Conjuntivo Periarticular
A falta de movimento articular ocasiona perda de líquido e também de outras substâncias essenciais para o tecido conjuntivo periarticular, (ligamentos, tendões, membrana sinovial, fáscia muscular e cápsula articular), podendo provocar uma artrofibrose.
A imobilização prolongada, em suma, pode provocar no tecido periarticular:

  • Redução do conteúdo hídrico e de substâncias necessárias para formação do colágeno, provocando redução da matriz extracelular;
  • Aumento do ritmo de renovação, degradação e síntese do colágeno.
  • Aumento nas ligações de fibras colágenas anormais.
Cartilagem Articular
A cartilagem articular é avascular, aneural e depende do líquido sinovial para realizar a sua nutrição, que ocorre por osmose e depende da pressão hidrostática que existe na articulação para que haja nutrição. A cartilagem é extremamente agredida durante a imobilização, sendo que processos degenerativos podem ser encontrado após curto período de imobilização.
A imobilização prolongada provocará na cartilagem articular:
  • Amolecimento;
  • Redução de sua espessura;
  • Aderência do tecido conjuntivo fibroadiposo à superfície cartilaginosa;
  • necrose por pressão dos pondos de contato entre duas cartilagens;
  • Morte dos condrócitos.
Tecido Ósseo
Para ativar a sintetização da matriz óssea, é necessário que haja tensão sobre o osso, provocada pela força gerada durante a contração muscular, e ocorre à partir da segunda semana de imobilização. A perda óssea ocorre devido a diminuição na sustentação do peso e na contração muscular, uma vez que a diminuição na carga sobre o tecido óssea favorece a ativação de células osteoclásticas e a diminuição da ativação das células osteoblásticas.

A imobilização deve ser mantida pelo menor tempo possível para se tratar uma lesão.

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